Você já percebeu que, às vezes, as palavras saem da nossa boca meio no “piloto automático”? E quando vemos… já soltamos um “tipo assim, né?”, um “daí que…”, um “basicamente basicamente”, um “então…”, um “né…”, um “Tá…”. Pois é! Isso tem nome: vício de linguagem.
Mas calma! Vício de linguagem não é crime, nem defeito irreparável. É algo que todos nós usamos sem perceber — seja na escrita, seja na fala — e que pode ser ajustado com um pouco de atenção. Bora entender tudo direitinho?
O que são vícios de linguagem?
São expressões, palavras ou construções usadas de forma inadequada, que comprometem a clareza, a elegância ou a lógica da mensagem.
Eles não são exatamente erros gramaticais (tipo escrever “menas” em vez de “menos”), mas podem atrapalhar a fluidez, a compreensão e até passar uma imagem de despreparo ou imaturidade comunicativa. E isso pesa muito em apresentações, redações, entrevistas de emprego ou na vida acadêmica.
Os principais tipos de vícios de linguagem
Vamos conhecer os vilões da boa comunicação? Alguns nomes parecem técnicos, mas o uso… ah, esse é mais comum do que você imagina!
1. Pleonasmo Vicioso
Quando repetimos uma ideia desnecessariamente.
Ex: “Subir para cima”, “entrar pra dentro”, “hemorragia de sangue”.
Como melhorar?
Se a palavra já traz o sentido completo, corte o excesso.
2. Cacofonia
Formação involuntária de palavras ou sons desagradáveis ou constrangedores.
Ex: “Ele viu ela” (soa como “viuvela”), “isso é um caso sério” (“sério” pode virar algo inapropriado se não articular bem).
Como melhorar?
Leia em voz alta o que você escreve ou fala. Soou estranho? Reformule.
3. Ambiguidade
Quando a frase tem duplo sentido, gerando confusão.
Ex: “Pedro falou com o irmão da Maria que estava nervoso.” — quem estava nervoso?
Como melhorar?
Seja claro e revise o texto. Reescreva para eliminar dúvidas.
4. Barbarismo
Erros de pronúncia, grafia ou uso incorreto de palavras.
Ex: “Menas pessoas vieram.”, “a nível de conhecimento”, “é pra mim fazer.”
Como melhorar?
Fique de olho nas regras básicas de português e evite modismos mal usados.
5. Solecismo
Erro de sintaxe, concordância, regência ou colocação.
Ex: “Houveram muitos casos.” (o correto é “houve”).
Como melhorar?
Treine leitura, revise e ouça como as frases soam em contextos formais.
6. Eco
Repetição da mesma terminação de palavras ou sons.
Ex: “Ela estava apaixonada, encantada, animada e empolgada…”
Como melhorar?
Varie o vocabulário. Use sinônimos, troque estruturas.
7. Hiato de ideias
Quando há quebra de lógica ou fluidez no discurso.
Ex: “Falei com o cliente. O céu estava nublado. Ele aceitou a proposta.”
Como melhorar?
Conecte as ideias com coerência. Evite saltos sem explicação.
Por que é importante evitar vícios de linguagem?
- Clareza: sua ideia fica mais fácil de ser entendida.
- Objetividade: evita rodeios e enrolações.
- Profissionalismo: melhora sua imagem em entrevistas, apresentações, redações e provas discursivas.
- Redações e concursos: vícios podem tirar pontos preciosos.
- Autoridade e influência: quem se comunica bem, convence com mais facilidade!
Como identificar e eliminar os vícios?
- Grave-se falando ou treinando apresentações.
→ Você vai se surpreender com os “ééé”, “tipo”, “né”, “daí que…”. - Leia em voz alta o que escreve.
→ Percebeu repetições? Excesso de adjetivos? Frases longas demais? - Busque feedback sincero.
→ Pergunte a colegas, professores ou amigos confiáveis o que pode ser melhorado. - Estude bons comunicadores.
→ Observe como jornalistas, professores e palestrantes usam as palavras. - Tenha um vocabulário ativo.
→ Leia, anote palavras novas, use sinônimos e explore expressões claras e diretas.
Um alerta importante!
Nem todo vício é grave em uma conversa informal, ok?
Ninguém precisa sair por aí falando como um livro acadêmico. A questão é: em que contexto você está se comunicando? Em uma redação do ENEM, numa entrevista de emprego, em uma reunião — sim, vale a pena revisar seus vícios. Mas em uma conversa com amigos, a linguagem pode (e deve) ser mais leve.
O segredo está no equilíbrio e na intenção comunicativa.
O que você pode fazer agora?
- Escolha um parágrafo de algo que escreveu e revise procurando pleonasmos ou repetições.
- Tente reescrever frases ambíguas.
- Grave um áudio seu se apresentando. Depois ouça com atenção e anote os vícios de linguagem.
Finalizando (mas sem dizer “conclusão”, rs)
Falar bem e escrever com clareza é uma habilidade que transforma. Ela abre portas, cria conexões e mostra o que você tem de melhor. Eliminar os vícios de linguagem não é sobre “falar bonito”, mas sim falar com intenção e consciência.
Então, bora treinar isso aí? Porque seu jeito de se comunicar pode (e vai) te levar muito mais longe!
Quer ir além da leitura?
Separei um vídeo que combina super com o conteúdo desse post e pode te ajudar a visualizar tudo na prática.Assista aqui: Elimine os VÍCIOS DE LINGUAGEM e enriqueça sua ORATÓRIA
Fonte: Canal Cá Me Disse, no YouTube
⚡ Dica de ouro: use o vídeo como reforço! Assista, anote os pontos principais e veja o que dá para aplicar no seu dia a dia.
